22 de dezembro de 2023

Por: Giovana Gavioli Ribeiro da Silva

Olá pessoal, tudo bem?

Chegamos ao final das postagens desse ano com uma série bem próxima do meu coração, que é a Logística e Cadeia de Suprimentos. Amo lecionar sobre este tema que é muito abrangente e, quando utilizado estrategicamente, representa uma grande economia de custos para as empresas.

Falamos de temas variados como gestão de estoques e armazenagem, custos, distribuição, modais de transporte, infraestrutura e logística reversa. Todos os posts foram feitos no Instagram da CAGI (@cagi_consultoria) e vocês podem acompanhar eles aqui também.

Boa leitura!

Equipe da CAGI

 

A importância da Logística e da Cadeia de Suprimentos

Olá pessoal, tudo bem?

Começamos uma nova série hoje, que nos acompanhará até o final do ano. Vamos falar sobre um tema que é muito próximo da minha formação como professora e profissional, que é a Logística e a Cadeia de Suprimentos.

Uma das áreas que teve a sua importância ressaltada com a pandemia foi a cadeia de suprimentos. Antes eu precisava explicar para meus alunos sobre a sua complexidade, agora, eles já vem sabendo de sua importância e como ela sofre impactos de diversos fatores.

A cadeia de suprimentos é algo tão complexo e intricado, que precisaríamos de um ano inteiro, somente avaliando cada uma de suas tão importantes conexões. Desde a matéria-prima, o fornecedor do fornecedor, até o cliente final, são diversas etapas e todas devem estar interligadas e alinhadas para que o resultado final ocorra da melhor forma possível, para todos os elos.

Vamos abordar nesta nova série a composição da cadeia, a importância do estoque, o equilíbrio de custos, armazenagem, canais de distribuição, os modais de transporte e sua infra-estrutura e a logística reversa.

Espero que acompanhem as postagens com a gente e até mais!

 

Composição da Cadeia

Olá, tudo bem? Vamos conhecer os participantes da cadeia de suprimentos?

A complexidade das operações da Cadeia de Suprimentos se dá, em grande parte, pela sua grande quantidade de participantes. Basicamente temos a empresa fabricante do produto ou a prestadora do serviço como um ponto central e o objetivo final sempre o cliente final. Antes da empresa fabricante temos os fornecedores e depois da empresa fabricante, temos os distribuidores.  Uma figura que eu gosto bastante de utilizar para ilustrar a rede de interações da cadeia é do livro de Pires (2004):

Ela mostra uma cadeia total, que é composta por todas as empresas de abastecimento e de distribuição. Quando afunilamos esta cadeia, temos a cadeia imediata, que pode ser tanto imediata de abastecimento, como imediata de distribuição, depois, reduzindo mais um pouco, temos a cadeia interna da empresa.

Nesta mesma estrutura podemos ter participantes atuando tanto em uma cadeia imediata como em uma cadeia total. Um fornecedor pode vender somente para outros fornecedores, ou vender diretamente para a empresa fabricante, algumas vezes ele faz parte da cadeia total e outras da imediata. O mesmo acontece com a distribuição, uma empresa fabricante pode vender por meio da cadeia normal, mas fazer o pós-venda diretamente ao cliente, ou seja, ela atua tanto dentro da cadeia total como da imediata.

Uma outra forma de classificar esta interação é chamando os participantes da cadeia imediata de primeira camada, os da cadeia total de segunda camada e assim em diante. Outra nomeação bem interessante é comparar a cadeia com o fluxo de um rio, identificando seus participantes em montante e jusante. Empresas que estão antes da empresa fabricante, são referenciadas como à montante da cadeia, empresas que vem depois da fabricante, estão à jusante na cadeia.

Saber esse posicionamento já ajuda a entender a grandiosidade das interações e os desafios de cada uma das empresas da cadeia de suprimentos. Até a próxima!

 

A importância do Estoque

Olá pessoal, tudo bem?

Hoje quero trazer uma reflexão pra vocês sobre a importância do estoque. A decisão de manter ou não estoque é paradoxal, ou seja, pode representar uma decisão positiva ou negativa, ao mesmo tempo.

Por um lado, ter estoque representa o atendimento mais rápido ao cliente final, é mais fácil fazer as adaptações ao que ele necessita quando parte do produto já está pronta. No caso dos serviços, manter estoque de vários materiais pode ajudar a atender mais rapidamente uma diversidade de clientes.

Contudo, ao decidir possuir estoque, a empresa terá que gastar o seu capital, não somente nos produtos e materiais que ficarão parados, aguardando a aquisição, mas também em sistemas de controle.

Um estoque, quando mal administrado, acarretará custos que podem, até mesmo, representar a falência da empresa. Investir em sistemas de controle como softwares e hardwares que registrem os dados com confiabilidade é um fator-chave para quem quer evitar ouvir a famosa frase: estoque é dinheiro parado.

Como ensino para os meus alunos, a frase correta seria: Estoque, quando não bem administrado, vira dinheiro parado.

No próximo post vamos aprender a calcular o ponto de equilíbrio, que auxilia a saber o quanto devemos manter em estoque, evitando desperdícios. Esperamos vocês. Até lá!

 

Ponto de equilíbrio

Olá pessoal, vamos falar hoje sobre ponto de equilíbrio ou ponto ótimo de estoque.

No post anterior falamos sobre a importância do estoque e de seu controle e, para isso, precisamos saber o ponto de equilíbrio, que representa a quantidade mantida em estoque que equaliza os custos. Pra ficar mais fácil, veja o gráfico em Ballou 2011, p. 213 que mostra os três tipos de custos:

A: Custo total (custo de transporte + produção + armazenagem + estoques)

B: Custo de armazenagem, manuseio de materiais e manutenção de estoques

C: Custos de transporte e produção

O ponto ótimo será atingido quando o custo de estoques se equilibra com os custos de produção e transportes. A fórmula do LEC (Lote Econômico de Compra), pode ser utilizada para chegar ao ponto de equilíbrio. O curso de Gestão e Organização de Estoques da Fast Courses ensina o passo a passo dessa fórmula e muitas outras métricas para controlar o estoque.

No próximo post vamos explorar a armazenagem. Até lá!

 

Armazenagem

Olá pessoal, nos posts anteriores falamos sobre estoque e hoje vamos explorar a armazenagem.

Enquanto o gerenciamento do estoque está mais voltado a determinar com precisão a quantidade a ser mantida, a armazenagem visa gerenciar aquilo que foi determinando, a partir do uso de ferramentas específicas que visem minimizar ao máximo os custos de movimentação. Cito aqui algumas das principais técnicas aplicadas:

– Curva ABC

– Alocação PQR, XYZ ou 123

– Controle de equipamentos de movimentação

– Avaliação de automação

– Alocação FIFO (PEPS) ou LIFO (UEPS)

– Unitização

– Técnicas de endereçamento e localização

– Projeto de estruturas de armazenagem

A aplicação destas e outras técnicas de armazenagem traz muitas alternativas de custos que possam atender ao nível de serviço esperado para o consumidor. Aliar o gerenciamento de estoque com a armazenagem evita que a empresa tenha prejuízo e, simultaneamente, entregue melhor valor para a sua cadeia de suprimentos.

Até a próxima!

 

Canais de Distribuição

Olá pessoal, tudo bem?

Continuamos a série de Logística e Cadeia de Suprimentos, falando agora sobre Canais de Distribuição. A distribuição representa as operações necessárias de movimentação para que o consumidor possa adquirir o produto ou obter o serviço no momento e no local desejado. Essas movimentações iniciam antes mesmo da compra, de forma a garantir da disponibilidade e o nível de serviço ao cliente final.

O planejamento de um canal de distribuição deve considerar dois quesitos principais, a sua extensão e a sua amplitude.

– Extensão: considera quantos intermediários farão parte do canal de distribuição, desde o fabricante até o consumidor final. Canais diretos são nível 0, canais com 1 intermediário são nível 1 e assim em diante.

– Amplitude: a amplitude define o número de empresas que atuam no mesmo nível de uma cadeia de suprimentos. Em uma amplitude de distribuição exclusiva, existem poucas empresas, na distribuição seletiva, existe mais de uma empresa atuando na mesma região, porém de forma controlada para garantir uma competição justa, e na amplitude intensiva a distribuição é pulverizada, com objetivo de garantir o alcance do maior número possíveis de locais.

Para cada um dos canais existe uma estratégica a ser aplicada, portanto é necessário definir antes o que a empresa quer obter de resultados e, posteriormente, definir o seu canal de distribuição.

Com o canal definido, a empresa poderá determinar o seu modal de distribuição, tema do nosso próximo post.

Até lá!

 

Modais de Transporte

Olá pessoal, tudo bem?

Particularmente adoro o tema de modais de transporte dentro da Logística, isso porque cada um traz as suas vantagens e desvantagens e se adequa melhor a um determinado tipo de carga ou necessidade. A figura que sempre trago para os meus alunos para falar sobre modais é a de Segre, 2018, p. 3 que mostra a relação entre o custo e tempo dos modais.

À medida que o tempo é reduzido temos também um aumento do custo de frete e, quanto maior o tempo, menor o frete daquele modal. Decidir, portanto, sobre qual o modal adequado deve considerar uma série de fatores que não somente o custo em si, mas também o tempo de entrega.

A sensibilidade do material também é outro fator importante, produtos de alto valor agregado ou sensíveis à variações de temperatura e movimentação devem vir pelo modal aéreo. Cargas a granel possuem um melhor custo pelo modal ferroviário ou aquaviário. Distâncias menores para quantidades menores de cargas podem vir pelo modal rodoviário. Tudo é uma questão de avaliar diferentes variáveis para tomar a melhor decisão de frete x tempo de entrega.

Isso passa também pela avaliação da infra-estrutura de cada modal, tema muito discutido e que precisa de diversas melhorias no Brasil. Falamos no próximo post sobre isso. Até lá!

 

Infraestrutura brasileira

Olá pessoal, tudo bem?

Falando sobre logística e comércio exterior, não podemos deixar de comentar sobre a infra-estrutura brasileira de transportes.

Em um levantamento da CNN feito com especialistas de diversas áreas (2022) verificou-se que, para modernizar o sistema de transporte brasileiro de forma que ele atenda tanto o fluxo nacional quanto o internacional de forma satisfatória, seriam necessários 20 anos ininterruptos de investimento de, no mínimo, 4% do PIB, aproximadamente R$ 360 bilhões ao ano.

Atualmente o investimento previsto para 2024 no transporte é de 0,55% do PIB. Além dessa diferença de valores há também no Brasil uma priorização pelo transporte rodoviário, que representa, aproximadamente 61% de todas as cargas transportadas. Apesar disso, em uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), em 2022, mostrou que apenas 12,4% das rodovias são pavimentadas, sendo que 66% dessas rodovias são classificadas como péssimas, ruins ou regulares.

O modal ferroviário também apresenta déficit na infra-estrutura, com apenas 4% da sua malha em boas condições, sendo essas privatizadas e utilizadas para transporte de minérios e carvão das empresas detentoras. A malha restante e pública representa 12 mil km de ferrovias subutilizadas ou abandonadas em um total de 30 mil km da malha ferroviária nacional.

Vemos também problemas no transporte aéreo, quanto à eficiência dos terminais de carga, geralmente apresentando gargalos grandes em épocas de final de ano. O que aumenta o custo de um modal já muito caro e, consequentemente, o preço das mercadorias.

Por fim, apesar do transporte aquaviário representar 90% da movimentação de carga no Brasil, ele é especificamente utilizado no transporte internacional de importação e exportação e pouco utilizado no transporte nacional. Com uma grande faixa litorânea e a construção de mais hidrovias, além da modernização das já existentes, esse modal poderia representar uma grande potência de transporte nacional, reduzindo o uso do modal rodoviário e com maior capacidade de carga, impactando na redução do frete.

Investir e otimizar a infraestrutura é essencial para aumentar a competitividade, contudo é um tema que acaba se tornando muito político e pouco prático em nosso país.

Até a próxima!

 

Logística Reversa

Olá pessoal, tudo bem?

E chegamos ao último post da nossa série de logística e supply chain, falando sobre um tema essencial para frear o aquecimento global e auxiliar na recuperação do meio ambiente, que é a logística reversa, definida pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), como:

“Instrumento caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.

Os canais de distribuição diretos (CDD) definem as etapas pelas quais os produtos são comercializados até chegar ao consumidor final. Já os canais reversos (CDR) constituem as formas e meios para que os produtos com pouco uso após a venda, com ciclo de vida útil ampliado ou após extinta sua vida útil retornem ao ciclo produtivo ou de negócios, readquirindo valor em mercados secundários pelo reuso ou pela reciclagem de seus materiais constituintes ou ainda para suas destinações e disposições seguras.

O grande entrave para a montagem dos canais reversos ainda é a concepção da sua pouca importância econômica, quando comparados aos diretos. Na logística reversa, os volumes transacionados, em geral, representam uma fração daqueles comercializados normalmente, contudo a empresa precisa enxergar os benefícios comerciais, no caso de pós-venda, redução de custo, tanto no pós-venda como pós-consumo e na redução dos problemas ambientais causados, especificamente para produtos de pós-consumo.

O desenho dos canais reversos para cada produto que a empresa possua é essencial para que possam ser traçados planos de ação prévios, que agilizarão o tratamento do material. Também é importante que, sempre que possível, a volta à origem seja realizada pelo mesmo meio de transporte pelo qual é realizada a entrega, otimizando a cadeia tanto direta como a inversa e rentabilizando ao máximo o transporte, garantindo a redução de custo.

Fique ligado para as novidades do próximo ano! Abraços!